O aluguel de temporada te escolheu!
Essa é a realidade dos anfitriões, mas talvez esta seja a primeira vez que alguém te diz isso, ou talvez você não tenha entendido o que isso quer dizer…
Por mais estranha que essa frase possa parecer, é importante que você entenda o que está por trás dela. Acompanha meu raciocínio.
De forma didática, vamos usar como exemplo as profissões mais tradicionais e bem quistas pela sociedade: engenheiro, médico e advogado.
Qual é o caminho a ser seguido para se tornar um desses profissionais?
Primeiro a pessoa decide qual graduação fazer, depois estuda anos na faculdade para posteriormente se especializar e trabalhar na área que lhe interessar. Anos de teoria até chegar na prática, isso após tomar a decisão de qual curso seguir.
Agora vamos voltar à nossa realidade, do aluguel de temporada. Me responde a seguinte pergunta:
🤔 Como o seu caminho e as locações por temporada se cruzaram?
Se você não está nos casos de exceção, provavelmente surgiu a oportunidade de administrar um imóvel de algum parente, amigo, vizinho ou até mesmo seu, após a saída de um inquilino, por exemplo.
👉 Você não esperava isso acontecer e de repente, chegou até você essa chance.
Apesar de conhecer pouco sobre o negócio em si, você já havia escutado falar no tal do “Airbnb” e começou a se questionar se essa nova forma de hospedar pessoas não poderia dar certo com a acomodação que apareceu para você administrar.
Foi mais ou menos assim com você também?
O aprendizado é na prática
Se você se identificou com esse breve relato, saiba que você e grande parte dos anfitriões têm isso em comum. O aluguel de temporada te escolheu, ao contrário das profissões tradicionais que são escolhidas por quem quer segui-las.
Onde eu quero chegar com isso? Você poderia se perguntar nessa hora.
É o seguinte: Profissões que eu, você ou quem quer que seja escolhido atua, tem uma característica em comum: o aprendizado é na prática.
Não tem teoria, não tem “se” e não tem borracha. Não existe preparação.
Tem execução, tomada de decisão, tempo e dinheiro em jogo. É pra valer.
“Henrique, mas isso é ruim?”
– Não necessariamente.
“Então é bom?”
– Também não é possível afirmar.
O que está por trás é o seguinte:
⚠️ Errar, tomar a decisão errada, não saber a melhor forma de trabalhar o imóvel, cobrar diárias baixas, não explorar as principais plataformas para anunciar sua acomodação, escorregar na precificação, dentre outros inúmeros exemplos que poderia citar, tem um preço muito caro.
E esse preço não é pago pelo anfitrião somente no que deixa de ganhar com períodos ociosos do calendário ou com as diárias baixas reservadas, culminando em um baixo faturamento que mal cobre as despesas fixas.
O anfitrião paga com o tempo que está dedicando em todas as atividades e responsabilidades: desde a faxina e manutenção no imóvel, passando pelo relacionamento com os clientes até o gerenciamento do anúncio e precificação.
Não são poucas as atribuições dessa profissão que chamamos de anfitrião. Principalmente no início que o orçamento é apertado e muitas vezes optamos por fazer a limpeza do imóvel com nossas próprias mãos.
Isso sem contar que, provavelmente, o anfitrião de primeira viagem não é a ocupação principal da maioria das pessoas pois como ainda não se sabe do potencial do negócio, é muito arriscado apostar as fichas nessa nova atividade, pelo menos a princípio.
Vamos tentar resumir em tópicos as principais características de quem está começando no aluguel de temporada:
- Começou sem experiência e sem conhecimento prévio sobre o negócio.
- Possui outra ocupação portanto não pode dedicar tempo integral às locações .
- Assume todas as atividades e responsabilidade que o aluguel de temporada demanda.
- Demora para ver os resultados chegarem (afinal de contas não estudou sobre o assunto).
- Desconhece o potencial de faturamento da acomodação, da região e da locação por temporada
O que você acha que é mais provável que aconteça?
Duas palavras vêm em minha cabeça:
1. Sobrecarregado(a)
Pelo fato do anfitrião ser responsável por todas as tarefas: realizar a limpeza da acomodação, deixar a manutenção em dia, fazer inventários com frequência da amenidades, lavar roupas de cama e banho, receber os hóspedes, criar e atualizar o anúncio, fotografar o imóvel, precificar as diárias, ficar sob aviso durante a estadia para garantir que tudo vai correr bem e por aí vai.
Fala a verdade, da preguiça só de ler tanta coisa que é preciso fazer. E olha que eu fui econômico nos exemplos, poderia escrever mais linhas a respeito.
Não é difícil imaginar que com tanta tarefa sob responsabilidade de uma pessoa que tem essa ocupação como secundária e ainda por cima não está tendo resultado nem próximo de uma expectativa preliminar criada, se sentir sobrecarregado é questão de tempo. Pode ser alguns meses ou anos.
Você já se sentiu assim?
2. Desmotivado(a)
Uma coisa leva à outra.
Como uma pessoa que não está tendo resultado, cheio de trabalho vai ficar animado ou com força de vontade para fazer acontecer?
É muito difícil.
O baixo resultado, a sobrecarga de trabalho e a falta de expectativa de melhora no futuro é a combinação perfeita para esse sentimento.
O grande problema é que agora o que virou questão de (pouco) tempo é mais grave, sabe a próxima decisão a ser tomada?
Desistir.
Para piorar, o que parte meu coração de vez é que muitas acomodações administradas por pessoas que desistem ou cogitam desistir do aluguel de temporada são imóveis com enorme potencial de faturamento.
E se o “problema” não está na acomodação, adivinha o que pode ser feito para mudar essa situação?
➡️ A resposta é o que muda e move o mundo, conhecimento.
Sei que para alguns pode parecer óbvio, mas acredito que a maioria ainda não entendeu isso e prefere tentar pelas próprias pensar através do método tentativa e erro, onde um acerto costuma custar caro, vindo após muitos erros.
Além disso, outro argumento que tenho é de um aprendizado mais recente: O óbvio precisa ser dito.
A reflexão de sexta vai ficando por aqui.
Lembre-se: 🗝️ Trabalhar muito pode não ser um bom sinal.
Forte abraço,
Henrique Mi Casa Su Casa